LIRA
Na lira dos meus cantares passeiam compassos de tempo.Passam com
pressa
Ligeiros. Deixando soltos dispersos,uns prantos ou
lamentos,alguns risos,
quimeras.Cantares de mim noutras eras, noutros idos
deslembrados,quando
menina vivia de azuis, mocinha sonhava com reis e
castelos, crescida sorvia
inteira a luz
que me emoldura. Lambia o sol quentando areias,cheirava
salinas e mar. Amava
a chuva salobra
charcando braços e
pernas,
lacrimejando
meu rosto, umidecendo a boca.
Meus cantares são memória de vestidos,
renda belga, meias de seda, altos saltos,
Festas, bailes, rodopios, olhares de puro
feitiço, amores inconseqüentes.
Foi ontem ?
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