sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
DESVALIDOS
Penso nos desvalidos. Aqueles, sem porto e nem praia.Os que não partem nem chegam .Vagam, solidão em solidão. Meio esquivos, curvados, tímidos, vestidos de andrajos. Pedintes por incapazes, famintos por infelizes, miseráveis que o destino castrou. Penso neles com amargura, sofro o amargor de sabê-los eternamente sós extremamente sós, que solidão não reparte e a fome isola seus filhos. Os pobres trapentos das ruas Pedem trocados com bocas viuvas de dentes, recebem migalhas, agradecem curvando os ombros batidos. São gente e são coisa. Consomem sobras.Vivem sobrados largados, deixados à margem.Sào muitos, são legião. Morrendo nos vãos escuros das esquinas, vivendo o limiar da escória. Penso neles muitas vezes ajudo se tenho e se posso Um pão, um troco, uma palavra amena, algum sinal solidário Talvez um gesto. Um sorriso talvez. Coisa de pouca valia. Dedico-lhes minha pena, e a pena .Tão nada para a dor de sabê-los Tão nada que choro. De que vale meu pranto? Nada, nada.
Clair de Mattos
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