quarta-feira, 12 de março de 2014

TRIBUNA LIVRE


Mulher, substantivo feminino muito singular             

 

 

                               Durante os primórdios da civilização humana, a mulher era vista como elemento responsável pelos cuidados e manutenção das crias que proliferavam nas comunidades errantes. Ao partir para a caça ou para a guerra, os machos delegavam às companheiras o trato com os utensílios, mantas, alimentos e a responsabilidade de manter as cavernas ao abrigo de invasores. Naquele período distante, eram elas que guardavam a pequena comunidade, mesmo que para tanto fosse preciso usar o tacape ou a lança, para afastar elementos indesejáveis. nesta época, não bastava à mulher a criação dos pequenos. Tornavam-se guerreiras para defender a propriedade da invasão de estranhos.

                                Com o correr dos séculos e o aparecimento de novas perspectivas para o elemento feminino,começaram a surgir as mulheres pioneiras, aquelas que mudariam o curso da história.

                             Joana D’Arc heroína da guerra dos cem anos, em 1430, conseguiu unir a nação em favor da França, convencendo Carlos VII de que tinha a missão divina da salvar seu país, e, posta à frente das tropas conseguiu uma bela vitória contra os ingleses, em Orléans . Veio a ser canonizada pelo Papa BeneditoXV.

                                Em 1830, Armandine Aurore Lucie Dupin, Baronesa Dudevant, mais conhecida como George Sand, tornou-se a maior romanista francesa do movimento romântico, pautando seu estilo de vida num critério anti-convencional, deixando uma obra de peso, a saber:Indiana(1932) Valentine(1832) Um Inverno em Mallorca(1841) e nuitos outros romances bem conceituados pela crítica.

                                Ana Nery, Matriarca da Enfermagem no Brasil, nascida em 1814, serviu como voluntária na Guerra do Paraguai, partindo da Bahia de onde nunca saíra,para auxiliar o corpo de saúde do Exército, muito pequeno, contando com pouco material.Mais tarde. Assistiu os feridos em Salto,Humaitá, Curupaiti e Assunção.

                                 Como estas, eu poderia citar Sarah Sarahdt, que com sua arte eletrizou platéias do mundo inteiro, Isadora Duncan, que rompendo os laços convencionais da dança impôs seu estilo único do balé livre, Anita Garibaldi, que lançou-se guerreira ao lado do marido, Chiquinha Gonzaga, que rompeu com os laços aristocráticos que a prendiam e partiu para sua luta em favor da música popular brasileira. Juntando-se a essas, eu poderia citar mais algumas dezenas, mulheres que não aceitaram as limitações do sexo, e levantaram bandeiras em prol da liberação feminina. Hoje em dia, dificilmente você encontra uma criatura que aceite simplesmente o papel secundário de mãe-esposa, sem dedicar-se às próprias indagações pessoais, aos próprios questionamentos internos, à própria realização pessoal. A mulher hodierna, sem desvincular-se dos filhos e da casa, luta por uma posição de igualdade entre o sexo masculino, sem despir-se de sua condição essencialmente feminina.

                                 Em todas as camadas sociais encontramos mulheres batalhadoras, ganhando o próprio sustento, muitas vezes contribuindo para o equilíbrio do orçamento doméstico, sem alarde, despretensiosamente, apenas para exercerem seu direito de justiça e cidadania.

                                                                                                                                           

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