segunda-feira, 26 de agosto de 2013
TRIBUNA LIVRE
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Olga Savary é a autora de Magma, um clássico da Poesia brasileira. Escritora de pensamento aberto, singular em sua busca selvagem, que alimenta um sentido feminino glorioso e simbólico:
Se este corpo é um figo aberto
(colheita só de frutos roxos)
ou como vogal aberta
como um A
de ave,
água
oro tu piel
Ah miel!
O subterrâneo de sua alma é um sumidouro de desejo, consumação erótica, uma explosão violenta de eterno vulcão, desde que Eva foi mulher.
Deito-me com quem é livre à beira dos abismos
e estou perto do meu desejo.
Depois do silêncio úmido dos lugares de pedra,
dos lugares de água, dos regatos perdidos,
lá onde morremos de um vago êxtase,
de uma requintada barbárie estávamos morrendo,
lá onde meus pés estavam na água
e meu coração sob meus pés,
se seguisses minhas pegadas e ao êxtase me seguisses
até morrermos, uma tal morte seria digna de ser morrida.
Então morramos dessa breve morte lenta,
cadenciada, rude, dessa morte lúdica.
A promoção de seu êxtase de palavras é dionisíaca:
Nos rins o coice da flama,
cavalo e égua cavalgada e cavalgando
a pradaria da cama.
Poema enviado por DIEGO MENDES SOUZA.
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