-------Mensagem original-------
Data: 15/01/2014
10:37:13
Assunto: Fwd: Ah, ... a
Alemanha!
repasso
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Ah, ... a
Alemanha!Deutschland,
ein gutes Beispiel!
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Merkel com seus aliados, o
presidente do SPD, Sigmar Gabriel (esq.), e o presidente da CSU, Horst Seehofer:
coligação de governo séria, em um pais sério onde, segundo a revista “The
Economist”, “a palavra sério quer dizer exatamente isto” (Foto: Michael Sohn /
AP)
Esta
semana a chanceler da Alemanha, Angela Merkel — a governante mais poderosa da
Europa e uma das líderes mais influentes do mundo — fechou um acordo para que
seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU) e seu partido irmão União
Social-Cristã (CSU), do Estado da Baviera, governasse em coligação com os
tradicionais adversários do Partido Social-Democrata (SPD).
Merkel terá uma maioria esmagadora: num Parlamento de 631 deputados, como o
Bundestag
alemão, terá uma bancada
de 503. E sabem como se procedeu a aliança com os
social-democratas? Merkel NÃO
aparelhou o governo
com os sindicalistas aliados do SPD para
agradar os novos aliados. Merkel NÃO
loteou cargos de
confiança no governo entre os partidos da
coligação. Merkel NÃO
prometeu destinar
“emendas parlamentares” para que os deputados da coligação distribuam
verbas em fontes
luminosas e ginásios de esportes em suas regiões de origem.
Merkel NÃO
decidiu rechear as
seríssimas e rigorosas agências reguladoras do governo alemão — em áreas
como telecomunicações, transportes terrestres, aviação e energia — com cupinchas dos aliados, nomeados
(como ocorre no Brasil) por sua ideologia ou militância, e não por sua
competência. Merkel NÃO
resolveu aumentar
os atuais 14 Ministérios
existentes para abrigar políticos. Merkel, é claro,
NÃO
acertou qualquer
mensalão para atrair deputados para a base de
apoio de seu governo. Merkel, em suma NÃO
FEZ NADA do que se
costuma fazer no Brasil do lulopetismo, em nome desse monstro invisível chamado
“governabilidade”, que justifica todo tipo de atropelo ao bom senso, à
meritocracia e à moralidade pública.
O que
fez a firme chanceler alemã, há oito anos e três eleições no poder, para fechar
uma coligação que vai permitir que governe tranquilamente por todo seu mandato
de quatro anos? Merkel fez o que se faz nos governos
decentes de países sérios — e, como escreveu há algum tempo a revista
britânica The
Economist, a chanceler vem conduzindo “um governo sério, num país sério
onde a palavra sério quer dizer exatamente isto”: discutiu, durante
um mês, em que medidas para
o bem da Alemanha democratas-cristão e social-democratas — que divergem em
inúmeros pontos —
concordam.
O Bundestag, o parlamento alemão:
entre 631 deputados, Merkel terá o apoio de 503 — sem mensalão, sem
aparelhamento do Estado, sem aumentar o número de ministérios… (Foto: bundesfinanzministerium.de)
Os
pontos sobre os quais ambos concordam foram a ponte para o acerto político. Mas,
em se tratando de um pais sério, esses pontos foram esmiuçados em um sólido
documento de 170 páginas contendo o programa que o governo de coalizão entre
dois grupos adversários executará. As 170 páginas preveem,
com detalhes, como se darão as melhoras no sistema de previdência social, em
quais projetos serão aplicados os investimentos adicionais na área de educação e
pesquisa científica, o que deve ser feito para aperfeiçoar e ampliar os sistemas
de transportes (rodovias, as já fabulosas autobahns, e ferrovias),
o estabelecimento por lei, a partir de 2015, de um salário mínimo (8,5 euros —
27 reais — por hora, o que significa algo como 4.320 reais mensais) — não existe
salário mínimo legal na Alemanha, só os valores estabelecidos em acordos entre
sindicatos de patrões e de trabalhadores — e até os requisitos exigidos para que
aos cidadãos alemães seja possibilitado algo até agora inexistente, a dupla
cidadania. Detalhe importante: o documento inclui o
compromisso férreo de não se aumentar impostos durante os próximos 4
anos. Enquanto isso, num grande
país (melhor dizer 'país grande') do Hemisfério Sul, que tem 39 ministros e 20
mil cargos de confiança loteados entre cupinchas dos partidos do governo… A
corrupção corre solta e sua frágil democracia vislumbra dias próximos de
autoritarismo socialista...
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